Lancelot escreveu:Na verdade, todos nós em algum momento, fazemos julgamentos rápidos sobre quem deve ou não receber nosso auxilio.
Também existe uma verdade, não pudemos auxiliar a todos. E tem mesmo alguns que não querem de jeito algum serem auxiliados.
A maioria do povo prefere que a solução caia do céu, ao invés de procurar e lutar por ela.
De facto, para muito ainda há a espera de uma solução que caia do céu... mas essa fase creio que entra na parte intermédia, já aqui referida, que consiste em educar e "ensinar a pescar". Alguns não pescam por orgulho, por não quererem sequer um auxílio (inicial ou intermédio), alguns não pescam por comodismo (esperam sempre que lhes dêem e não sabem o que é a energia de troca), alguns não pescam por ignorância e precisam de apoio e ensinamento... De verdade, todos nós temos assuntos em que ainda não aprendemos a pescar e precisaremos de quem nos ensine. Estamos no mesmo barco, mas em situações diferenciadas. E há alturas em que até o mais bravo dos homens precisa que alguém pesque por ele... Precisamos todos uns dos outros.
Como é lógico, estou a falar de fomes que não são só físicas...
Porém, e nisto concordo em número género e grau com o Sandoval, em termos de assistência as coisas funcionam a 3 tempos. Na verdade o tempo intermédio é aquele que mais depende do indivíduo carenciado (que vai escolher se e como aprende), já que a resolução imediata, passa por alguém lhe estender a mão e a situação a longo prazo passa por uma consciência social, em que todos nós temos uma função e não nos podemos isentar.
Acredito numa "boa" e "franca" caridade. Isto é, acredito nela como Karitas, Amor. Como troca, interajuda. Algo sincero e despretencioso. Infelizmente, para muita gente caridade tornou-se sinónimo de alguma forma de obrigação, ou, pior, de uma forma de se sentir superior ou de se mostrar socialmente pela "obra cumprida", tornando a caridade numa coisa de "coitadinhos" e falsos bondosos. Enquanto essa mentalidade existir em torno da caridade, creio que ela própria acabará por surgir de algum modo distorcida na sociedade.
Um abraço aos irmãos que estão a participar do tópico, pois demonstram sem dúvida que entendem a caridade em essência... e de modo algum se inserem na distorção que muitos colocam nela.