O uso cerimonial das velas, de uma maneira ou de outra, tem participado da vida do homem ao longo dos séculos. “É melhor acender uma Luz do que amaldiçoar a Escuridão”....... A maior parte das pessoas já participou ou realizou, em alguma ocasião, a magia da vela, talvez sem jamais ter tido idéia disso. Lembra-se do bolo de aniversário com velas? Uma para cada ano de suas vidas? I Diziam-lhes para que concentrassem com firmeza, e expressassem para si mesmos um desejo e, então, com um sopro bem forte, apagasse todas as velas. Esse, por certo, foi o primeiro ritual da vela de nossas vidas.
Quando uma pessoa acende uma vela, mal sabe que está abrindo para sua mente uma portal interdimensional, e sua mente consciente nem sonha com a força de seus poderes mentais. A colocação de uma Vela não é feita aleatoriamente, ou ao bel prazer de cada um, mas, conforme o Ritual, ocupa posições diferentes e é usada em quantidades determinadas. Sua finalidade não é iluminar a parte material do local, mas sim representar a Luz interior do ser humano.
A Liturgia Católica prescreve que as Velas sejam compostas, no mínimo, com mais da metade de cera de abelha. A verdadeira Vela deveria ser feita de cera pura, mas devido ao elevado preço da matéria-prima, a Igreja aceita que na Vela seja incorporada estearina. Somente a cera de abelha corresponde a qualidades específicas, já que o simbolismo da abelha é acrescentado à própria Vela e se traduz por: Trabalho, Atividade e Esperança.
A Vela apresenta um simbolismo ternário que os escritores religiosos não deixaram de destacar. Para eles, é a imagem da trindade: Pai, Filho e Espírito Santo; sendo a cera o Pai, o pavio o Filho e a chama o Espírito Santo. Pode também representar o ternário Corpo, Alma e Espírito. É a imagem da sublimação espiritual.
Como se pode verificar, é sempre exaltada a existência de uma Luz orientadora para os Espíritos em evolução, como nós ainda somos, engatinhando na espiritualidade a procura dessa Luz, embora sempre nos julguemos “já iluminados” e quanto mais assim pensamos, mais carentes nos encontramos. A maior Luz para nosso espírito é o conhecimento, a vivência, que vai lapidando e tornando-nos mais preparados, com forças para iluminar nossas impurezas, os instintos inferiores, que tanto nos mantêm nas trevas.
“Uma vela acesa com intento religioso equivale a uma oração, e atrai sempre do alto um fluxo de energia”.
Uma das várias razões da influência mística da vela na psique das pessoas é a sensação de que ela, através de sua chama, parece ter vida própria. E na verdade sabemos, através do ocultismo, que o fogo possui uma energia conhecida como espíritos do fogo ou salamandras..... É preciso muita concentração e respeito ao acender uma vela, pois a energia emitida pela mente irá englobar a energia do fogo e, juntas, irão vibrar no espaço cósmico, para atender a razão da queima dessa vela.
Ao acender velas para as almas, para o Anjo da Guarda, ou para um Santo de sua preferência, é importante que se saiba que a vela é muito mais para quem acende do que para quem está sendo acesa, tendo a mesma conotação do provérbio popular que diz:
“A mão de quem dá uma flor, fica mais perfumada do que a de quem a recebe”.
A intenção de acender uma vela gera uma energia mental no cérebro da pessoa. Essa energia é que a entidade espiritual irá captar em seu campo vibratório. Assim, a quantidade de velas não influirá no seu objetivo; a influência se fará diretamente na mente da pessoa que está acendendo as velas, no sentido de aumentar ou não o grau de intenção. Desta forma, é inútil acreditar que podemos comprar favores de uma entidade negociando com uma maior ou menor quantidade de velas acesas. As entidades captam em primeiro lugar as vibrações de nossos sentimentos, quer acendamos velas ou não. Daí ser melhor uma das máximas de Jesus que diz:
“Antes de fazer sua oferenda, procure conciliar-se com seu irmão”.
Existem Velas de diversas cores, com funções diferentes, para vários Ritos - e cada um, dentro de sua magia específica, usa uma determinada cor de Vela. Todavia, deve-se tomar o cuidado de acender sempre um número impar de Velas, pois no ocultismo os números impares não se anulam, por terminarem sempre em um. Acender apenas uma vela tem o sentido de unidade, de unificação. Três velas representam na mente humana a trindade divina (Pai, Filho e Espírito Santo). Cinco Velas representam em nosso inconsciente coletivo o próprio homem. Sete Velas significam a junção do espiritual (3) com o material (4), ou simbolizam a união entre o microcosmo (Homem) e o macrocosmo (Deus) e assim por diante.
O Homem deverá estar plenamente consciente de que sua força mental é a sua grande aliada e nunca a sua inimiga. Deverá libertar-se gradativamente dos valores exteriores criados por sua mente e valorizar-se mais. Seu grande desafio é superar a si mesmo.
Em vez de acender uma Vela, deverá acender sua chama interior e tornar-se um iluminado e, com o brilho dessa chama sagrada, mostrar o caminho aos seus irmãos.......