Por isso há coisas que nem sequer nos acontecem, se já as ultrapassámos elas não voltam, ou se voltam, somos nós já não as encaramos como algo mau.
Com ou sem religião o nosso caminho é igual, mais ou menos evoluídos, numas ou noutras etapas, o nosso caminho é o mesmo, ao fim todos chegaremos, uns antes e outros depois, de outra forma não seria possível, uma vez que não nascemos Almas todos ao mesmo tempo, temos de nos respeitar e observar alguma condescendência para com os que são mais inexperientes que nós, à semelhança do que esperamos que os mais experientes façam connosco.
Fomos nós que traçamos, em conjunto com os nossos guias, as experiência que viemos passar, mesmo no uso do livre arbítrio, elas estão lá sempre que for necessário ultrapassá-las, quando deixar de ser necessário simplesmente “evaporam-se”, enquanto não forem ultrapassadas surgem-nos como padrões e frequentemente apercebemo-nos que nos está sempre a acontecer a mesma coisa, quando isto se verifica, é melhor enfrentar o problema para que ele se dilua por si e garantidamente não se voltará a cruzar no nosso caminho, porque deixou de nos fazer falta, ou tornar-se-á tão fácil de resolver que nem nos damos conta dele.
Sinais e pequenos milagres acontecem-nos a todos os instantes, são a mão divina a interferir no nosso caminho, não para escolher por nós, mas para nos colocar perante as escolhas que temos de fazer ou dos obstáculos que temos de ultrapassar, não podemos fugir áquilo que nós mesmos estipulámos cumprir e que nos possibilita a evolução, dessa forma podemos dizer que nada acontece por acaso e que nos acontece o que tem de acontecer, devemos aceitar e cumprir vendo sempre o lado bom das coisas e evitar culpar os outros quando esses obstáculos não nos são de todo agradáveis. Somos nós, na nossa forma de ver as coisas que os tornamos desagradáveis, porque não temos Fé, tornando-nos pessimistas e fazendo de coisas que podiam ser simples e agradáveis, verdadeiros bichos de 7 cabeças que nos levam ao stress, mau génio e a depressões muitas vezes escusadas, condições que apenas nos proporcionam a atracção de mais “azares”, simplesmente porque estando a vibrar negativamente deixamos de conseguir ver as coisas de uma forma positiva, tudo nos irrita, mesmo aquelas pequenas coisas que num dia normal nem nos damos conta.
O segredo de encarar a vida de uma forma positiva é o caminho para a felicidade.
A Fé é a chave para esse caminho.
Se alguma coisa menos boa veio ao nosso encontro, é porque temos de passar por ela, tenha ou não sido provocada por nós, quanto mais descontraidamente o fizermos, tanto mais fácil será ultrapassá-la.
É o recurso à nossa consciência que nos mostra como encarar as coisas, por este motivo, perante as adversidades da vida, podemos ou não sentir-nos felizes ou uns verdadeiros desgraçados. A forma de enfrentar os problemas depende da compreensão que temos das coisas.
Por exemplo, se tiver um furo num pneu, de nada me adianta chorar, dizer palavrões, pensar mal da vida, achar que sou uma azarada, que me lançaram mal de inveja ou rogaram uma praga, que foram os demónios ou que fui vítima de magia negra, aconteceu porque tinha de acontecer, o Universo tratou de o colocar à minha frente e a mim compete-me resolve-lo, nada mais.
Seja pelo motivo que for, se aconteceu e eu nada pude fazer para o impedir, tenho de o resolver, se tiver sido por culpa minha, se calhar porque me meti em estradas que não devia, serve-me para aprender a decidir melhor para a próxima, seja como for, sempre que isso acontece eu agradeço ao céu, pois também não sei se, caso não tivesse furado um pneu, não teria continuado viagem para ter um acidente, tenho Fé que o que aconteceu só pode ser uma coisa boa, que me vai servir para crescer mais um bocadinho e meto mãos à obra.
Enquanto passo pelo obstáculo costumo imaginar algo agradável, como por exemplo, que sou capaz, ou se vir que preciso de ajuda aproveito para perceber até que ponto os outros podem ser caridosos para comigo, eu não sei o motivo que causou o infortúnio, mas tenho de confiar que foi por uma boa causa, quem sabe se não estou a permitir que, quem me venha ajudar, se redima assim alguma má acção que cometeu, quem sabe se assim o meu infortúnio não é um milagre para os outros.
Se nós não sabemos, compete-nos confiar que nada é por acaso, ainda que não saibamos o porquê, a seu tempo, se estivermos atentos e tivermos de saber, a resposta vem ter connosco e ficamos deslumbrados com o poder do Universo.
Até podia não ser o furo que me estava destinado, mas, no decorrer do livre arbítrio de alguns intervenientes ele tornou-se um mal necessário para chegar ao bem de alguém. Nem que seja da oficina que vai remendar o pneu, ou da pessoa que conhecemos entretanto, de algo que evitámos, mas sempre de mais algum pormenor que nos fez evoluir, quanto mais não seja a mostrarmos a nossa calma perante o cáus. Há que ter Fé, confiemos que é sempre pelo Bem que as coisas nos acontecem e deixemos de culpar os outros pelas nossas “desgraças” pois não há desgraças na vida.
Sempre que alguma coisa nos correr mal, procuremos lembrar-nos do pneu, há sempre qualquer coisa pior que nos podia ter acontecido. Em última instância, eu acredito que somos frequentemente colocados à prova para nós mesmos termos a percepção do que já evoluímos, talvez consigamos dar por nós a pensar; “Aí à uns anos, se tivesse tido um furo numa situação destas teria entrado em pânico”.
Tenhamos Fé que há alguém a tomar conta de nós, as coisas não são más, nós é que fazemos delas negativas, da mesma forma que não há pessoas más, há apenas espíritos menos evoluídos, são os que requerem mais atenção e carinho, quanto melhor se sentirem, mais depressa procuram o caminho do bem e isso é bom para todos. Por isso, quanto mais amarmos os que nos parecem maus… Mais depressa seremos todos bons.
Não vou dizer que fico maravilhada quando tenho um furo num pneu, ou qualquer outra coisa que eu considero desagradável me acontece, o que faço é transformar uma coisa má numa coisa boa, e desta forma a vida me corre sempre bem.
Há sempre um SE que pode ser a diferença.
Luisa Fonseca