Cici escreveu:Olá Nienna, não sabia que era perita em astrologia
eu adoro astrologia e já tentei aprender, mas acabo por baralhar sempre tudo
Houve uma coisa que não percebi nos seus comentários... o que aconteceu com os planetas Urano, Neptuno e Plutão?
Daquilo que aprendi Urano rege Aquario, Neptuno rege Peixes e Plutão rege Escorpião.
E há pouco tempo li uma teoria de que se estava a pensar colocar o planeta terra como regente do signo Touro.
Bom dia, Cici!
Acontece que há várias correntes de astrologia.
A mais tradicional, também conhecida como medieval, reconhece as regências apenas dos sete primeiros planetas, até Saturno.
A chamada astrologia moderna tem em conta as regências dos planetas chamados transpessoais, Urano, Neptuno e Plutão.
A corrente tradicional não adota os planetas descobertos mais recentemente sob o argumento de que (entre outros assuntos) não haverá tempo de interacção com eles para se apurar a sua verdadeira influência. A corrente moderna faz uso destes planetas pois defende que de algum modo ao fazer o estudo astrológico sempre se soube que existiria uma influência regente desses signos, mas ainda não estava encontrada, que seria mais "adequada" ao signo.
Como nada é por acaso, a descoberta desses três planetas e estudo das suas órbitas veio a coincidir com aquilo que alguns astrólogos já esperavam em termos de influência, precisamente numa altura em que a humanidade começou a evoluir para os conceitos que esses planetas representam.
Os planetas transpessoais (Urano Neptuno e Plutão) podem ser fortemente sentidos em termos de trânsito e influenciam em termos de nascimento (mapa natal) não apenas um indivíduo, mas tendencialmente uma geração, pois os sue ciclos são mais lentos. Ainda que os aspectos feitos por estes planetas no mapa não sejam desprezáveis para o indivíduo. No entanto as lições que eles trazem podem ser considerados como uma vivência "uma oitava acima" da experiência proposta na regência tradicional.
Assim sendo, Urano seria a vivência das lições Saturninas num nível superior, a saber - tendo entendido o rigor e a disciplina de Saturno, exercer livremente a liberdade proposta por Urano, saber ser-se livre respeitando os limites dessa liberdade onde se inicia a dos outros, ou seja, ser livre conhecendo os limites naturais de qualquer liberdade. Neptuno seria uma vivência mais ampla das lições Jupiterianas, passando da crença ao sentimento e sabedoria, da religiosidade à fusão com o divino, da expansividade à abrangência, de fazer a viagem a ser o caminho. Plutão seria o refinamento da lição Marciana, levando a intensidade de Marte a um nível profundo, aprofundando a própria verdade acerca de si próprio, refinando a alma rumo ao seu propósito último.
De um modo ou de outro, a humanidade em si só agora está transicionando rumo à vivência dessas verdades de modo pleno, pelo que apesar de não se descartar a influência dos transpessoais, não se pode fazer uma análise de um mapa natal ou uma previsão astrológica descartando a regência tradicional dos signos, mesmo na astrologia moderna, pois a grande maioria das pessoas ainda sofre fortes influências dos regentes tradicionais, ainda que possa não ser influenciado apenas pelas energias deles, mas também dos regentes "modernos".
Quanto à regência de Touro, também já li isso, como até já li que seria Gaia, porém, vejamos um assunto: o mapa natal é como se fosse uma foto do posicionamento dos astros no momento do nosso nascimento, de uma visão geocêntrica, ou seja centrada na Terra, que é onde nós estamos. Deste modo, a única forma de "vermos" a Terra no céu, estando nela, seria fazendo cálculos que fazem uso de projecção do planeta a um ponto fictício. Do meu ponto de vista, este tipo de cálculo seria interessante como um cálculo secundário, mas nunca como uma referência principal ou uma regência primária.
Uma outra visão em relação ao mapa natal e o seu geocentrismo é o de que a Terra é o local de manifestação (através de nós, indivíduos) das energias e interações que ocorrem no céu. O nosso mapa astral seria algo que regista uma interacção energética que nos influencia (mas não determina) e que temos o potencial de manifestar na Terra. Desse modo, a Terra tem uma energia própria, mas é o local de manifestação do Cosmos, para nós, encarnados e viventes nela.
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A análise da Nienna refere-se às regências tradicionais, e por sinal estão muito bem explicadas. A visão das duplas regências dos vários planetas creio que estão muito bem exploradas e explicam aspectos bastantes importantes das suas diferentes influências por signo.