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Palestina no tempo de Jesus.

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1Jesus - Palestina no tempo de Jesus. Empty Palestina no tempo de Jesus. Sex Nov 02, 2012 11:20 pm

Lancelot

Lancelot
Admin

A Palestina no século I era um canto do mundo muito agitado. Há já algum tempo que a Terra Santa se debatia com disputas dinásticas, lutas sangrentas e, ocasionalmente, guerras em grande escala. Durante o século II antes de Cristo, estabeleceu-se transitoriamente um reino judaico mais ou menos unificado - tal como registam os dois Livros Apócrifos de Macabeus. Contudo, em 63 a. C, o território estava novamente em convulsão, e pronto para a conquista.

Mais de um século antes do nascimento de Jesus, a Palestina caiu perante os exércitos de Pompeu e o domínio de Roma foi imposto. Mas, nessa época, o império era muito vasto e Roma estava demasiado preocupada com os seus próprios assuntos para poder instalar o aparelho necessário para exercer um governo directo. Criou assim uma dinastia de reis fantoches, para reinar sob a sua égide. Esta dinastia era a dos Herodianos - que não eram judeus, mas sim árabes.

O primeiro da linhagem foi Antipater, que subiu ao trono da Palestina em 63 a. C. Após a sua morte, em 37 a. C, sucedeu-lhe o seu filho, Herodes, o Grande, que governou até 4 a. C. É pois necessário visualizar uma situação análoga à de França durante o governo de Vichy, entre 1940 e 1944. É necessário visualizar uma terra conquistada e um povo conquistado, governados por um regime fantoche que se mantinha no poder graças à força militar. O povo do país podia manter a sua religião e os seus costumes. Mas a autoridade final era Roma. Esta autoridade era implementada de acordo com as leis romanas e exercida pelas tropas romanas - tal como aconteceu na Grã-Bretanha, não muito tempo depois.

Em 6 a. C, a situação tornou-se ainda mais crítica. Neste ano o país foi administrativamente dividido em uma província (Judeia e Samaria) e duas tetrarquias (Peraea e Galileia). Herodes Antipas tornou-se governante desta última. Mas a Judeia - a capital espiritual e secular - ficou sujeita ao governo directo de Roma, sendo administrada por um prefeito romano instalado em Cesareia. O regime romano era brutal e autocrático. Quando Roma assumiu o controlo directo da Judeia, mais de três mil rebeldes foram sumariamente crucificados. O Templo foi saqueado e profanado. Foram lançados impostos pesados. Empregava-se frequentemente a tortura, e muitos populares cometeram suicídio. Este estado de coisas não melhorou sob o governo de Pôncio Pilatos, que presidiu como prefeito da Judeia entre 26 d. C. e 36 d. C. Em contraste com a forma como a Bíblia o retrata, os registos existentes indicam que Pilatos era um homem corrupto e cruel, que não só perpetuou como intensificou os abusos do seu predecessor.274 É pois ainda mais surpreendente - pelo menos à primeira vista - que não existam nos Evangelhos críticas ao regime romano, nem uma única referência ao peso do jugo de Roma. Na verdade, os Evangelhos sugerem mesmo que os habitantes da Judeia estavam calmos e satisfeitos com a sua sorte.

Na realidade, muito poucos estavam satisfeitos, e a maioria muito longe de estar calma. Na altura, os judeus da Terra Santa podiam ser divididos em várias seitas e subseitas. Havia, por exemplo, os saduceus - uma classe de proprietários de terras, pequena mas abastada, que para fúria dos seus compatriotas colaborava, traiçoeiramente, com os Romanos. Havia os fariseus - um grupo progressivo, que introduziu muitas reformas no judaísmo e que, apesar do retrato que os Evangelhos pintam deles, se opunham convictamente a Roma, embora de forma em grande medida passiva. Havia os essénios - uma seita austera, de orientação mística, cujos ensinamentos eram muito mais influentes e imperantes do que geralmente se reconhece ou supõe. Entre as seitas e sub-seitas mais pequenas havia muitas cujo carácter preciso há muito se perdeu para a história e que são, portanto, difíceis de definir. Vale contudo a pena mencionar os nazoritas, aos quais pertencera Sansão, séculos antes, e que ainda existiam no tempo de Jesus. E vale a pena mencionar os nazoreanos ou nazarenos - um termo que parece ter sido aplicado a Jesus e aos seus seguidores. Na verdade, a versão original do Novo Testamento, em grego, refere-se a Jesus como "Jesus o Nazareno" - o que foi erradamente traduzido em inglês como "Jesus de Nazaré". "Nazareno", em suma, é uma palavra especificamente sectária e não tem qualquer ligação com Nazaré.

Havia ainda inúmeros outros grupos e seitas, um dos quais se revelou de particular relevância para a nossa investigação. Em 6 d. C, quando Roma assumiu controlo directo da Judeia, um rabi fariseu conhecido como Judas da Galileia criara um grupo revolucionário altamente militante composto, segundo parece, por fariseus e essénios. Estes tornaram-se conhecidos como zelotas. Os zelotas não eram, rigorosamente falando, uma seita. Eram um movimento, cujos membros provinham de várias seitas. Na altura da missão de Jesus, os zelotas assumiam já um papel cada vez mais proeminente nas questões da Terra Santa. As suas actividades formam talvez o pano de fundo político mais importante sobre o qual se desenrolou o drama de Jesus. Muito depois da Crucificação, a actividade zelota continuava, com a mesma intensidade. Em 44 d. C. esta actividade intensificara-se de tal forma que parecia inevitável uma luta armada. Em 66 d. C. a luta rebentou, com a Judeia erguendo-se num todo, numa revolta organizada contra Roma. Foi um conflito desesperado, tenaz mas em última análise fútil - reminiscente, em certos aspectos, da Hungria em 1956. Só em Cesareia, os romanos massacraram vinte mil judeus. Quatro anos depois, as legiões romanas já tinham ocupado Jerusalém, arrasado a cidade, e saqueado e pilhado o Templo. Ainda assim, a fortaleza montanhosa de Masada aguentou mais três anos, comandada por um descendente directo de Judas da Galileia.

Em resultado desta revolta na Judeia, houve um êxodo maciço de judeus da Terra Santa. No entanto, ficaram os suficientes para fomentar outra rebelião, cerca de sessenta anos mais tarde, em 132 d. C. Por fim, em 135, o Imperador Adriano decretou que todos os judeus fossem expulsos da Judeia, e Jerusalém tornou-se uma cidade essencialmente romana. Foi rebaptizada de Aelia Capitolina.

A vida de Jesus abrangeu aproximadamente os primeiros trinta e cinco anos de uma perturbação que se estendeu ao longo de cento e quarenta anos. Esta perturbação não cessou com a sua morte, prolongando-se ainda por mais um século. E gerou as consequências psicológicas e culturais inevitáveis em casos de desafio tão prolongado a um opressor. Uma destas consequências era a esperança e o anseio por um Messias que livrasse o seu povo do jugo do tirano. Só por um acaso histórico e semântico é que este termo se veio a aplicar específica e exclusivamente a Jesus.

Para os contemporâneos de Jesus, nenhum Messias poderia alguma vez ser encarado como divino. Na verdade, a ideia de um Messias divino teria parecido ridícula, se não impensável. A palavra grega para Messias é "Cristo" ou "Christos". O termo - quer em hebreu quer em grego - significava simplesmente "o ungido" e referia-se geralmente a um rei. Assim David, quando foi ungido rei no Velho Testamento, tornou-se explicitamente um "Messias" ou um "Cristo". E todos os reis judeus subsequentes da casa de David eram conhecidos pela mesma designação. Mesmo durante a ocupação romana da Judeia, o alto sacerdote nomeado por Roma era conhecido como "Padre Messias" ou "Padre Cristo". Contudo, para os zelotas e para outros opositores de Roma, este padre fantoche era, necessariamente, um "falso Messias". Para eles o "verdadeiro Messias" implicava algo muito diferente - o legítimo roi perdu ou "rei perdido", o descendente desconhecido da casa de David que libertaria o seu povo da tirania de Roma. Durante a vida de Jesus, a antecipação quanto à chegada deste Messias atingiu uma intensidade que raiava a histeria de massas. E esta antecipação continuou, mesmo depois da morte de Jesus. Na verdade, a revolta de 66 d. C. foi despoletada em grande medida pela agitação e propaganda dos zelotas, em nome de um Messias cujo advento se dizia estar iminente.

O termo "Messias", portanto, não implicava absolutamente nada de divino. Numa definição rigorosa, não significava mais do que um rei ungido; e, na mente popular, começou a significar um rei ungido que seria também um libertador. Por outras palavras, era um termo com conotações especificamente políticas - algo muito diferente da ideia cristã posterior de um "Filho de Deus". Foi este termo político mundano que foi aplicado a Jesus. Chamavam-lhe "Jesus o Messias" ou - traduzido para grego - "Jesus o Cristo".

Só mais tarde esta designação foi contraída para "Jesus Cristo", e assim um título puramente funcional distorceu-se para formar um nome próprio.

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