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A Religião Egípcia.

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1religião - A Religião Egípcia. Empty A Religião Egípcia. Qua Out 03, 2012 7:32 pm

Aster

Aster
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religião - A Religião Egípcia. Olhodehrus

Religião no Antigo Egito


A religião no Antigo Egito refere-se ao complexo conjunto de crenças religiosas e rituais praticados no Antigo Egito.

Não existiu propriamente uma religião egípcia, pois as crenças - freqüentemente diferentes de região para região - não eram a parte mais importante, mas sim o culto aos deuses, que eram considerados os donos legítimos do solo do Egito, terra que tinham governado no passado distante.

Este conjunto de crenças foi praticado no antigo Egito desde o período pré-dinástico, a cerca de 3.000 anos a.C. até ao surgimento do cristianismo. Inicialmente era uma religião politeísta por crer em várias divindades, como forças da natureza. Ao passar de séculos, a crença passou a ser mais diversificada, sendo considerada henoteísta, porque acreditava em uma divindade criadora do universo, tendo outras forças independentes, mas não iguais a este.

Também pode ser considerada monoteísta, pois tinha a crença em um único deus, as outras divindades eram neteru (plural de neter), o que podem ser chamados de "anjos de deus", o que seriam vários aspectos de um mesmo deus. No governo de Amenófis IV foi pregado o monoteísmo, porém não durou por muito tempo, pois após a sua morte a religião foi dispensa.

A religião era praticada em templos e santuários domésticos. A religião ainda é praticada atualmente, porém por minorias. O kemetismo é uma reconstrução neopagã da religião ainda praticada atualmente.

As fontes para o estudo da antiga religião egípcia são variadas, desde templos, pirâmides, estátuas, túmulos até textos. Em relação às fontes escritas, os egípcios não deixaram obras que sistematizassem de forma clara e organizada as suas crenças.

Em geral, os investigadores modernos centram-se no seu estudo em três obras principais, o Livro das Pirâmides, o Livro dos Sarcófagos e o Livro dos Mortos.

O Livro das Pirâmides

Uma compilação de fórmulas mágicas e hinos cujo objetivo é proteger o faraó e garantir a sua sobrevivência no Além.

Os textos encontram-se escritos sobre os muros dos corredores das câmaras funerárias das pirâmides de Sakara. Do ponto de vista cronológico, situam-se na época da V e VI dinastias;

O Livro dos Sarcófagos

Uma recolha de textos escritos em caracteres hieroglíficos cursivos no interior de sarcófagos de madeira da época do Império Médio, tinha também como função ajudar os mortos no outro mundo;

Por último:

Livro dos Mortos

Que inclui os textos das obras anteriores, para além de textos originais, data do Império Novo.

Esta obra era escrita em rolos de papiro pelos escribas e vendida às pessoas para ser colocada nos túmulos.

Outras fontes escritas são os textos dos autores gregos e romanos, como os relatos de Heródoto (século V a.C.) e Plutarco (século I d.C.).


Divindade

As várias divindades egípcias existentes caracterizavam-se pela sua capacidade de estar em vários locais ao mesmo tempo e de sobreviver a ataques.

A maioria delas era benevolente, com exceção de algumas divindades com personalidade mais ambivalente como as deusas Sekhet e Mut.

Um deus poderia também assumir várias formas e possuir outros nomes. O exemplo mais claro é o da divindade solar Rá que era conhecido como Kephra, representado como um escaravelho, quando era o sol da manhã.

Recebia o nome de Atum enquanto sol do entardecer, sendo visto como velho e curvado, um deus esperado pelos mortos, que se aquecem com os seus raios. Durante o dia, Rá anda pela Terra como um falcão.

Estes três aspectos e outros setenta e dois são invocados numa ladainha sempre na entrada dos túmulos reais.

Estas divindades eram agrupadas de várias maneiras, como em grupos de nove deuses (as Enéades), de oito deuses (as Ogdóades), ou de três deuses (tríades)

. A principal Enéade era a da cidade de Heliópolis presidida pela divindade solar Rá.


Cosmologia e Criação

O princípio do universo é a formação única de Deus, que não se fez do nada, e sim, autocriou seus aspectos.

Os aspectos de Deus, como dito anteriormente, chamam-se neteru(no singular: neter no masculino e netrit no feminino).

Tudo vem a início de um líquido infinito cósmico chamado Nun (Nu ou Ny), este é o ser subjetivo. Quando esse líquido se autocria e torna-se real, é Atum, o ser objetivo.

Essa passagem é semelhante à passagem de inconsciente para consciente do ser humano. Atum criou uma massa única universal, que deu origem há uma explosão, porém pré-planejada. Atum também tem o poder de "tornar-se a si mesmo", que segundo os antigos egípcios, é algo muito complicado para um humano, seria uma "obra divina".

Mas isto é o princípio da Terra. A oração para a transformação de Atum, é a seguinte:


“Salutamos a vós, Atum!

Salutamos a vós, aquele que torna a si mesmo!
Vós sois em vosso nome o altíssimo!
Vós tornais em vosso nome Khepri, aquele que se torna si mesmo!.”



Khepri, é um nome dado ao primeiro neter da Terra, Rá, o que é outra forma de Atum. Para criar a Terra, Rá deu origem ao Sol da manhã, enquanto o Sol da tarde era Atum. Cuspiu Chu e Tefnut, que deram origem a ar e a umidade. A seguir outro texto de "obra divina":


“Fui anterior aos dois anteriores que criei, pois tinha prioridade sobre os dois anteriores que criei.

Visto que meu nome é anterior ao deles, porque criei-os antes dos dois anteriores”.


Os próximos neteru a serem gerados eram Geb e Nut, que criaram os dois ambientes da Terra: o céu e a terra (plana).

Estes também deram origem aos quatro neteru da vida:

Osíris, Ísis, Seth e Néftis. Osíris criou a vida no além e todo o processo de jornada até o céu. Ísis é responsável por todos os seres vivos.

Seth representa os opostos, mas também coisas más, como ódio e caos. Néftis representa o deserto, a orientação, e o ato de morte. A história desses quatro neteru é a origem do próximo a ser gerado

Lembrando que as próximas histórias são semelhantes aos humanos porque esses neteru eram de espécies bem próximas aos humanos.

Existem milhares de versões, no geral a história é a seguinte: Osíris era o neter que criou o ciclo de vida e morte, por isso governava a terra. Seth, movido a inveja, resolveu armar uma forma de matá-lo.

Então, de forma incerta, provavelmente mostrando outra intenção, o trancafiou em um caixão e jogou no Nilo para se perder e ninguém nunca achar.

Néftis percebeu isso e avisou Ísis, quando começaram a procurar e encontraram um caixão, e recuperaram Osíris.

Seth como era uma forma do mal, esquartejou a forma material de Osíris em 40 pedaços e espalhou-os por todo o deserto e no Nilo.

Ísis, depois de muito tempo, conseguiu encontrar todos eles, exceto o pênis, que foi devorado por três peixes. Então, Osíris uniu-se a Ísis e gerou um filho, a primeira idéia de "imaculada concepção", ela ficou conhecida com "Virgem Ísis".

O filho era Hórus, o herdeiro que então lutou contra Seth, perdendo um olho na batalha, mas consegui vencê-lo. Esse olho ficou conhecido como "Olho de Hórus", que foi reconhecido como símbolo de proteção pelos egípcios. A seguir uma oração relacionada a isso:


“Ó benevolente Ísis

que protegeu o seu irmão Osíris,
que procurou por ele incansavelmente,
que atravessou o país enlutada,
e nunca descansou antes de tê-lo encontrado.

Ela, que lhe proporcionou sombra com suas asas
e lhe deu ar com suas penas,
que se alegrou e levou o seu irmão para casa.”



Hórus também era conhecido como o "salvador da humanidade".

Depois disso, Seth se tornou um neter menor. Também há histórias dizendo que Hórus encarnou na terra e mostrou ensinamentos à humanidade.
Ele seria guiado pela estrela Sirius e presenteado em seu nascimento por três reis, que seriam representados pelas Três Marias.

Também fez milagres na terra, como andar sobre as águas do Nilo. Em outra versão, teria ressuscitado um homem chamado El-Azar-Us.

Foi morto pelo faraó (por inveja deste) e também teria ressuscitado alguns dias depois. Fora da terra, teria se casado com Hator.

Os templos no Antigo Egito eram entendidos como os locais onde residia a divindade (hut-netjer, "casa do deus"), que poderia ser acompanhada pela sua família e por outras Divindades, sendo por isso muito diferente dos modernos edifícios religiosos onde se congregam os crentes
.
Os templos dos períodos mais antigos da história do Antigo Egito, como o Império Antigo e o Império Médio, não chegaram a bom estado até aos dias de hoje, pelo que são as construções do Império Novo e da época ptolomaica que permitem o conhecimento da estrutura dos templos. Na estrutura "clássica" dos templos egípcios podem ser distinguidas três partes: o pátio, as salas hipóstilas e o santuário.

À entrada de um templo encontravam-se obeliscos e estátuas monumentais, que antecediam o pilone. Nos templos do Império Novo é comum a existência de uma avenida de acesso ladeada por esfinges com corpo de leão e cabeça de carneiro (que se acreditava protegerem o templo e o deus), na qual desfilava a procissão em dias de festa.

Um pilone era uma porta monumental composta por duas torres em forma de trapézio, entre as quais se situava a entrada propriamente dita. Nas paredes do pilone representavam-se as divindades ou muitas vezes a cena clássica na qual se vê o faraó a atacar os inimigos do Egito.

Passado o pilone existia um grande pátio (uba), a única zona acessível ao público, onde a estátua da Divindade era mostrada nos dias de festa. O pátio era rodeado por colunas e possuía por vezes um altar (aba), onde se efetuavam os sacrifícios.
Este pátio precedia uma sala hipóstila (ou seja, uma sala de colunas), mais ou menos imersa na escuridão, que antecedia outras salas onde se guardavam a mesa de oferendas e a barca sagrada. Finalmente, achava-se o santuário do deus (kari). Se os faraós entendessem ampliar um templo construíam-se novas salas, átrios e pilones.


Teoricamente o rei egípcio tinha o dever de realizar a liturgia em cada templo.

Uma vez que era fisicamente impossível para o rei estar presente em todos os templos que existiam no Egito, o soberano nomeava representantes para realizar as cerimônias a Deus.

Os reis só visitavam os templos em ocasiões especiais associadas a festivais, o que não impede que sejam representadas nos templos fazendo oferendas as Divindades.
A vida nos templos seguia o curso da vida normal.

Antes do nascer do sol, abatiam-se os animais que seriam oferecidos as Divindades. Os sacerdotes purificavam-se com água e vestidos com trajes brancos entravam em procissão no templo.

No pátio do templo os sacerdotes apresentavam as suas oferendas e queimavam incenso.

Um sacerdote dirigia-se ao santuário da Divindade, uma sala especialmente consagrada, localizada na parte mais reservada do templo.

Aqui o sacerdote acendia um archote e abria o naos, tabernáculo onde se guardava a estátua da Divindade.

O sacerdote apresentava-se a Divindade e anunciava vir cumprir os seus deveres.

Limpava o tabernáculo, queimava incenso, lavava a estátua e aplicava sobre ela óleos, vestia-a, maquiava e colocava-lhe a coroa.

Terminado este processo o sacerdote coloca a estátua no naos, abandonando a sala apagando o archote e as pegadas que fez. Ao meio-dia poderia ser feita uma nova cerimônia na qual se oferecia alimentos.


Sacerdotes

No Antigo Egito não existiu uma estrutura sacerdotal centralizada; cada Divindade possuía um grupo de homens e mulheres dedicados ao seu culto.

O termo mais comum para designar um sacerdote em egípcio era hem-netjer, o que significa "Servo de Deus".

Não se sabe em que época da história egípcia se estruturou o grupo sacerdotal.

Na época do Império Antigo os sacerdotes não estavam ainda organizados em corpos fixos como sucederá no Império Novo.

De acordo com os Textos das Pirâmides, datados do Império Antigo, os reis tinham cinco refeições diariamente, três no céu e duas na terra; estas últimas estavam a cargo dos sacerdotes funerários.

As fontes do Império Novo mostram que os sacerdotes estavam organizados em quatro grupos (em grego: phyles), cada um dos quais trabalhava durante um mês cada três meses.

Durante os oito meses que tinham livres, os sacerdotes levavam uma vida comum inserida na comunidade, junto das suas esposas e filhos.

O clero egípcio estava estruturado de forma hierárquica. O rei era em teoria o líder de todos os cultos egípcios, mas como já foi referido este delegava o seu poder a outro homem devidamente preparado por Deus, o Sumo Sacerdote, que na hierarquia era seguido do segundo sacerdote, por sua vez seguido do terceiro e quartos sacerdote.

O grupo seguinte era o dos "pais divinos" e dos "puros". Existiam também os sacerdotes leitores, os que calculavam o momento ideal para realizar uma determinada cerimônia através da observação do sol ("horólogos") e os que determinavam os dias fastos e nefastos ("horóscopos").

Finalmente, pode distinguir-se um grupo dedicado aos serviços de manutenção do templo (imiu-seté).

As mulheres também trabalhavam nos templos seguindo o mesmo regime de rotatividade dos homens.

Freqüentemente estas mulheres eram esposas dos sacerdotes. As mulheres poderiam ser cantoras (chemait), músicas (hesit) ou dançarinas (khebait).
Durante o Império Antigo e o Império Novo; muitas mulheres da classe abastada serviram a deusa Hathor.
No culto de Amon o cargo mais importante ocupado por mulheres era o de "Adoradora Divina". As mulheres que ocuparam este cargo foram filhas ou irmãs do faraó governante.


Cosmogonia Egípcia

A Enéade de Heliópolis

Segundo o mito da criação de Heliópolis, no princípio existiam as águas do caos, Nun. Um dia uma colina de lodo chamada Ben-Ben levantou-se dessas águas, tendo no seu cimo Atum, o primeiro deus. Atum tossiu e expeliu Shu (deus do ar) e Tefnut (deusa da umidade).

Shu e Tefnut tiveram dois filhos, Geb, deus da terra e Nut, a deusa do céu. Shu ergueu o corpo de Nut, colocando-o acima de Geb, e esta se tornou a abóboda do céu. Nut e Geb tiveram por sua vez quatro filhos: Osíris, Isís, Seth e Néftis.

Osíris tornou-se deus da terra, que governou durante muitos anos; Isís foi sua mulher; rainha e irmã. Seth o deus seco do deserto invejava o estatuto de Osíris e um dia matou-o.

Osíris foi para o mundo subterrâneo e Seth tornou-se rei da terra. Osíris teve um filho com Ísis chamado Hórus que decidiu vingar a morte do pai e reconquistar o trono. Hórus derrota Seth e torna-se o novo rei da terra, mas o seu pai permanece no mundo subterrâneo.

Néftis era apaixonada secretamente por Osíris, um dia se disfarçou de Ísis e deitou-se com Osíris dando a Luz a Anúbis o deus com corpo de homem e cabeça de cão que presidia o mundo dos mortos Ogdoáde de Hermópolis

Na cidade de Hermópolis, capital do XV nomo do Alto Egito, dominava um panteão de oito deuses agrupados em quatro casais. A origem destes oito deuses variava: por vezes eram apresentados como os primeiros deuses que existiram; em outros casos eram filhos de Atum ou de Chu.

Os oito deuses tinham os seguintes nomes e representavam os seguintes conceitos:

Nun e Naunet, o caos, o oceano primordial;
Heh e Hehet, o infinito;
Kek e Kauket, as trevas;
Amon e Amaunet, o oculto;


Os oito deuses eram denominados como "Hemu", de onde derivou o nome original da cidade de Hermópolis, Khemenu.

A designação de Hermópolis para o povoado urbano de Khemenu foi atribuída pelos gregos por associarem um importante deus da cidade, Thoth, com o seu Hermes. Estes oito deuses atuavam coletivamente, ao contrário dos deuses dos outros sistemas, que eram autônomos.

As divindades masculinas deste panteão eram representadas como homens com cabeça de rã, enquanto que as femininas eram representadas como mulheres com cabeça de serpente.

Considerava-se que estes quatro deuses foram os primeiros seres que existiram; a partir de uma interação entre eles surgiu uma ilha, a chamada "Ilha das Duas Facas", onde estes deuses depositaram um ovo, do qual saiu a divindade solar Rá, que daria forma ao mundo. Existiam várias teorias para a origem do ovo, sendo este atribuído a um ganso ou um falcão.

Outra variante do mito afirmava que das águas do oceano primordial emergiu uma ilha, onde mais tarde seria construída Hermópolis.

Nesta ilha existia um poço, no qual flutuava uma flor de lótus e onde viviam os oito seres referidos anteriormente. As divindades masculinas ejacularam sobre a flor e fecundaram-na.

A flor de lótus fechou-se durante a noite; quando se abriu de manhã dela saiu o deus Rá na forma de um menino que criou o mundo.

Cosmogonia de Mênfis

Na cidade de Mênfis dominava uma tríade composta pelos deuses Ptah, a sua esposa Sekhmet e o filho destes, Nefertum.

A teologia desta cidade é hoje conhecida graças ao texto da Pedra de Chabaka. De acordo com as inscrições da pedra, o texto original tinha sido conservado num papiro guardado nos arquivos de um templo de Ptah.

Este papiro encontrava-se num avançado grau de deterioração quando o faraó Chabaka (século VIII a.C.) ordenou que o texto fosse inscrito numa pedra de granito.

Infelizmente os habitantes da cidade acabaram por utilizar a pedra como elemento de um moinho, o que provocou estragos na mesma.

Os estudos mais recentes sobre a pedra mostram que o estilo do texto foi premeditadamente escrito de forma a espelhar uma linguagem arcaica.

Neste sistema Ptah era o deus criador.

Divindade associada aos artesãos, o deus era representado como um homem com corpo mumificado. Era considerado como o criador de tudo, inclusive dos deuses.

Ptah criou o mundo usando o coração e a língua. Para os Egípcios o coração era o centro da inteligência, sendo no sistema menfita a língua o centro criador.

Ptah era simultaneamente Nun e Naunet (feminino de Nun) e gerou Atum a partir do seu coração e da sua língua. Este sistema não rejeitava a Enéade de Heliópolis, simplesmente considerava Ptah como criador dessa Enéade; Atum era um agente da vontade Ptah.

O deus Ptah era também considerado o criador do kA ou alma de cada ser.
Sekhmet era uma deusa feroz, que segundo um mito tinha atacado a humanidade por esta ter desrespeitado Rá. Era representada como uma leoa ou como uma mulher com cabeça de leoa.

Nefertum era o deus da felicidade, sendo representado como um jovem com uma flor de lótus na cabeça. Mais tarde, Nefertum seria substituído como filho deste casal por Imhotep, personagem que teve existência histórica (foi o vizir do rei Djoser da III Dinastia).

Cosmogonia de Tebas

O nome egípcio de Tebas, cidade do Alto Egito próxima da Núbia, era Uaset.

Mais uma vez deve ser salientado que a designação de "Tebas" é de origem grega.

Tebas foi durante bastante tempo uma cidade pouco relevante.

A partir do Império Novo ela adquire grande importância, relacionada com o fato dos reis fundadores da XVIII Dinastia (uma das dinastias que constituem o Império Novo), serem oriundos da cidade. Estes reis foram responsáveis pela expulsão dos Hicsos, povo estrangeiro que dominou o Egito.

Assim, quando Tebas se transformou na capital do Egito não foi só a cidade que ganhou importância, mas também os seus deuses.

O principal deus de Tebas era Amon, representado como um homem com uma túnica preta e duas plumas na cabeça; poderia também ser representado como um carneiro ou um ganso.

Como foi referido anteriormente, Amon estava associado ao oculto.

Os sacerdotes tebanos aproveitaram elementos de outros deuses que atribuíram a Amon. Em concreto, Amon passou a ser visto como o demiurgo, retirando essa função ao deus Rá.

Os sacerdotes afirmaram também que Amon era o monte primordial, tendo sido Tebas a primeira cidade a existir no mundo e que por conseguinte, ela deveria servir como modelo a todas as outras cidades.

Na cidade de Tebas a esposa de Amon não era Amaunet, como referia a cosmogonia hermopolitana, mas Mut.

Este casal tinha um filho, Khonsu, uma divindade lunar.

Cosmogonia de Elefantina

Elefantina é o nome grego de uma pequena ilha no Nilo situada junto da primeira catarata.

Nesta ilha dominava uma tríade encabeçada por Khnum, divindade com uma cabeça de carneiro, que representava a criatividade e o vigor.

Para os Egípcios, Khnum criava os seres humanos no seu torno, tal como o oleiro cria as suas peças.

As esposas de Khnum eram Satet e Anuket (ou talvez, segundo outra hipótese, seriam respectivamente esposa e filha do deus). Satet era responsável pela inundação do Nilo (que gerava a fertilidade dos solos no Antigo Egito) e Anuket encontrava-se também associada ao elemento água.

Princípio Cósmico

Neter

Neter é uma palavra em egípcio sem tradução exata. A antiga religião egípcia, diferente do que muitos pensam, cultua apenas um único Deus.

Sendo este supremo, eterno, imortal, onisciente, onipresente e onipotente.

Mas este Deus aparece de várias formas e aspectos, os Neteru (plural de Neter no masculino e Netrit no feminino).

Um exemplo para compreender melhor isso é a água, que sendo líquida, sólida ou gasosa continua sendo água.

Dessa forma os Neteru têm sua própria personalidade, ações e são cultuados.

Os neteru também podem ser ditos como informações ou pistas para conhecer Deus.

Por exemplo: se é nos informado apenas o nome de alguém não tem o mínimo conhecimento desses, mas quanto mais pistas e informações sobre ele, melhor o conhecemos.

Desse modo os arqueólogos e egiptólogos que estudaram sobre a antiga religião egípcia, traduziram neteru como Deuses e Deusas, dando totalmente a informação errônea de que tais são forças independentes.

Alma egípcia

Alma egípcia é um conceito metafísico egípcio de alma-coração, o princípio de sete almas que seria levado durante toda a vida.

Para os antigos egípcios, a religião focava a imortalidade. Portanto, a vida futura era altamente desejável. Isso pressupõe a crença de que havia uma alma imortal que viveria após a morte do corpo físico e essa alma, para nós, atualmente, é um conceito bastante complexo.

A alma, seu ser, era composta de partes diversas.

Não existia apenas a forma física, e sim, havia oito partes imortais ou semi divinas, que sobreviviam à morte. Portanto as oito partes imortais mais o corpo completariam as nove partes do ser humano.

O significado exato de kA, BA, Akh, Sekhem, e outras expressões não são ainda muito claras para nós. Os estudiosos partem do principio de comparar a cultura egípcia antiga com a nossa e assim ficamos mais confusos porque as idéias são diferentes.

Nas tumbas, o Livro dos Mortos, que na verdade tem o nome de Saída para a Luz do Dia, é uma coleção de textos que aborda toda a viagem do morto rumo a vida pós morte. Através da leitura desses textos é possível tentar entender os conceitos dos antigos egípcios.

Na verdade não era um livro e sim uma coletânea de textos creditados ao deus Thoth e seu objetivo era ajudar a alma do morto a enfrentar e vencer os obstáculos, num caminho muito difícil.

Para chegar ao Amenti, era preciso cruzar os 21 pilares, passar pelas 15 entradas, cruzar 7 salas para chegar ao Saguão das Duas Verdades onde seu coração, frente a Osíris e aos 42 juízes vai ser pesado.

Caso o julgamento fosse favorável ao morto, Hórus o conduzia ao trono de Osíris que indicava seu lugar no reino além da morte. Se o morto estivesse cheio de pecados, seria comido pelo Ammut, o devorador de mortos, então adeus vida eterna.

IB (coração)

A parte mais importante da alma egípcia era o Ib (jb) ou coração.

O Ib, ou coração metafísico, era concebido como uma gota do coração da mãe para a criança durante a concepção.

Achados arqueológicos retratam esta concepção com a imagem de uma pessoa que é encaminhada pela deusa Maat após a morte.

O termo ab ou ib foi usado também pelos hebreus para denominar a divindade máxima da religião monoteísta, Deus.

Segundo esta etimologia ab são as duas primeiras letras do alfabeto hebraico e grego, respectivamente: a=Aleph e alpha ou no hebraico pai; e b=bet e beta ou no hebraico útero ou casa e é uma palavra feminina.

A união destas compõe a própria palavra alfabeto ou A Palavra, o Verbo, segundo a Bíblia, o próprio Deus ou ainda, dentro de uma concepção hebraica, pai e mãe; numa concepção egípcia o coração da deusa.

As partes da alma egípcia:

Khab

A forma física, o corpo que pode se desintegrar após a morte, a parte externa dos mortais que pode ser preservada apenas pela mumificação.

O kA, o BA e o Akh são as vezes traduzidos como o Duplo, a Alma e o Espírito, mas isso não explica todas as nuances que estão implícitas nesses conceitos.

Nota:

Khab, segundo Crowley, é a "estrela" ou "Luz íntima", é a essência original, individual, eterna.


kA

Imagine que o deus criador Khnum, criou o Ka da pessoa quando criou essa pessoa em sua roda de oleiro.

O Ka então passa a seguir a pessoa como uma sombra ou um duplo, durante toda a vida, mas quando a pessoa morre, o Ka retorna para sua morada celeste.

A preservação do corpo, as oferendas de comida, sejam reais ou apenas gravadas nas paredes da tumba, propiciavam energia ao Ka.

Não que ele comesse, mas assim como as estátuas dos deuses, o Ka assimilava energia.

Os egípcios acreditavam que os animais, plantas, água e as pedras, por exemplo, todos possuíam seu próprio Ka.

O Ka humano até podia habitar uma planta, enquanto a pessoa a quem ele pertencia, dormia.

O Ka podia se manifestar, como um fantasma para outras pessoas, tanto fazia se a pessoa a quem ele pertencia estivesse viva ou morta.

Podia até apavorar as pessoas que por acaso tivessem feito algum mal para seu possuidor – se, por exemplo, a família não tivesse feito as oferendas devidas, o Ka faminto e sedento, os assombraria até que corrigissem seu erro.

O BA e a múmia

Na vida diária, ao dar comida e bebida para alguém, os antigos egípcios costumavam usar a frase Para o seu Ka, para desejar energia vital do Ka.

BA

O Ba podia assumir a forma que desejasse, em geral ele se apresenta na forma de um pássaro com cabeça humana, que flutua em torno da tumba durante o dia, alimentando o falecido com água e comida.

A função mais importante do Ba era tornar possível que o morto, abandonasse a tumba para se reunir ao seu Ka, de modo que pudesse viver para sempre e se tornar um Akh, um ancestral.

O conceito de Ba era mais ligado ao corpo físico e não como alma ou espírito.

Akh (Akhu, Khu, Ikhu)

É o resultado da união do BA e do kA.

É a parte imortal, o ser radiante que vive dentro do Sahu. Significa o intelecto, os desejos e intenções do falecido.

O Akh se transfigura na morte, e sobe aos céus para viver com os deuses entre as estrelas

Nota:

Khu, segundo Crowley, é a vestimenta mágica que o Khab tece para si mesmo, uma "forma" para seu Ente Além-da-Forma, pelo uso da qual ele ganha experiência através de autoconsciência. O Khu é o primeiro véu, muito mais sutil que mente e corpo, e mais verdadeiro; pois sua forma simbólica depende da natureza de sua Estrela.
.


Sahu

É o corpo espiritual. Caso o morto se saia bem no Julgamento de Osíris, o Sahu sobe aos céus saindo do corpo físico, como todas as habilidades mentais de um ser humano vivas.

Sekhem

É a personificação incorpórea da força vital do homem, que passa a viver entre as estrelas junto com o Akh, após a morte física.

Ab (Ib)

O coração, esta é a fonte do bem e do mal dentro de uma pessoa. É o caráter e o centro dos pensamentos, que pode abandonar o corpo de acordo com sua vontade, e viver junto com os deuses após a morte, ou ser engolida por Ammut, assim tendo a morte final, quando os pratos da balança de Ma´at não se equilibram.

Ren

O nome verdadeiro. É a parte vital do homem em sua jornada através da vida e do pós vida.

Para compreender melhor, basta saber que o deus criador (em Mênfis) Ptah, criou o mundo dizendo o nome de todas as coisas.

Um recém nascido, devia receber um nome imediatamente senão estaria vivendo uma existência incompleta.

As cerimônias de nomeação eram secretas, de modo que, uma pessoa podia viver toda sua vida usando um apelido para que ninguém descobrisse seu nome verdadeiro.

Destruir ou apagar o nome de uma pessoa podia certamente trazer a desgraça.

Muitos sequer pronunciavam o nome verdadeiro de um deus, usavam sinônimos em seu lugar, como Yinepu (Anúbis) era sempre chamado: “Aquele que está de frente para a tenda divina, que significava a casa da mumificação.

Desse modo o nome verdadeiro do deus ficava escondido e protegido.

Os egípcios acreditavam que aquele cujo nome fosse falado, vivia. Assim sendo, fazer oferendas e dizer o nome de um falecido amado, significava que aquela pessoa vivia entre os iluminados.

A única pessoa que podia destruir os poderes dos demônios, era aquela que soubesse seus nomes. Ao viajar através do mundo subterrâneo, se usava dizer: eu conheço você e sei seus nomes.

Shwt

Num país como o Egito, com um sol escaldante, é possível fazer uma analogia com a proteção e a benção que é sombra.
Assim, a sombra era vista também como uma entidade que podia se separar do corpo, participar das oferendas funerárias e viajar com grande velocidade.

Os campos de Junco

Era o local onde o morto passaria sua pós vida, também poderia ser dito, entre as estrelas ou nas Terras do Oeste.

Enquanto o Khab descansa na tumba, pronto para ser reanimado pelo kA, o BA pode estar viajando com no mundo subterrâneo com Ra.

Enquanto o Ab está com os deuses, a Shwt (sombra) pode estar com Ba na barca, ou na tumba comendo as oferendas. Ao mesmo tempo, o Akh, Sekhem e Sahu podem estar felizes vivendo entre as estrelas, olhando para a Terra lá embaixo.
















2religião - A Religião Egípcia. Empty Re: A Religião Egípcia. Seg Out 15, 2012 2:33 pm

espancamente

espancamente
Conhecedor

Interessante, muito bom. palmas

Vou ler com mais calma logo mais, mas já o parabenizo pelo conteúdo. Não deixe de postar conteúdo sobre a civilização egípcia, pois é de extremo interesse, pois ela foi uma das continuou com a Tradição, que foi quase completamente suprimida da face de Terra após os grandes cataclismas.

http://espiritualmagiadivina.blogspot.com.br/

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